25 de maio de 2010

UMA BOCA SEMPRE ABERTA E UM BURACO NO ESTÔMAGO

A pessoa vive infeliz, insatisfeita, angustiada. Mexe para cá, remexe pra lá, e há sempre aquela sensação incômoda de que está faltando alguma coisa.

"Será que é comida ? Ai, essa fome que não acaba ! É mais um docinho, um chocolate, uma fatia de bolo, outro sanduíche...."

"Eu tenho tão pouca roupa no armário...Nossa, que vestidos lindos, vou comprar três !"

"Estou chateada, mamãe não quis comprar aquele brinquedo que eu vi na loja..."

Por mais que a pessoa tenha, nunca é o bastante. Nada preenche o buraco do amor que não foi sentido, do abraço que não aqueceu , do olhar que não trouxe a alegria do contato.Ela não conseguiu ganhar aquela confiança de que , se esperar, vem; se buscar, acha; de que vai receber aquilo de que precisa e que isso será suficiente para satisfazê-la.

Ao contrário : surge a inquietação , aquele vai-pra-lá-vem-pra-cá, a necessidade constante de pedir, devorar, exigir, engolir inteiro. "Ah, consegui mais isso !"
E fica contente por pouco tempo:aquilo logo perde a graça e ela volta a pensar no que ainda não tem , no que falta, com aquela boca aberta do "quero mais, quero agora!"


É claro que a falta existe. Precisamos conviver com ela e perceber que há muitas coisas que nos preenchem.

"As melhores coisas da vida não são COISAS"

Retirado do livro HISTÓRIAS DA VIDA INTEIRA , de MARIA TEREZA MALDONADO.

Nenhum comentário: